Cost Stickiness nos governos locais de Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-766220213148Palavras-chave:
Comportamento dos custos, Cost stickiness, Assimetria dos custos, Custos públicos, Governo localResumo
O comportamento assimétrico dos custos teve nova abordagem, a partir de 2003, com o surgimento da Teoria dos Cost Stickiness (TCS) e, por ser algo recente, ainda restam dúvidas sobre sua aplicação no setor público. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar o comportamento dos custos nos governos locais de Santa Catarina, na perspectiva dos cost stickiness. Trata-se de uma pesquisa empírica, quantitativa e documental, que utilizou como população os 295 municípios catarinenses, durante o lapso temporal de 20 anos, cuja transposição do modelo de análise foi adaptada para o setor público. Os custos foram agrupados em blocos, com a proposição de nove modelos de regressão com dados em painel, dos quais oito corroboram o fenômeno cost stickiness. Ainda, os resultados indicam similaridade com o fenômeno flypaper, típico do setor público, que utiliza parte da receita para o cálculo da assimetria, em que, dos três tipos de análises realizadas, a utilização da receita vinculada é a que resultou em maior sticky. Por fim, oferece subsídios para a aplicação da TCS ao setor público, mesmo se tratando de um fenômeno típico de entidades com fins lucrativos, e conclui que, com a utilização da receita fracionada (assim como no fênomeno flypaper) para os governos locais de Santa Catarina, o comportamento dos custos aparenta maior grudência.
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