Desempenho e risco de fundos de investimento em ações brasileiros no contexto da pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-766220223282Palavras-chave:
Fundos de investimentos em ações, Performance, COVID-19Resumo
O objetivo da pesquisa foi analisar como os fundos de investimento em ações brasileiros se comportaram durante o período da Covid-19. A análise foi dividida em 3 sub-períodos: (i) pré-crise (2019-10-03 a 2020-01-31); (ii) crash (2020-02-19 a 2020-03-23); (iii) e recuperação (2020-03-24 a 2020-04-30). Os principais resultados mostraram que durante o período de crash em todas as categorias mais de 50% dos fundos obtiveram retorno superior ao IBRX100. Porém, no período de recuperação o cenário se inverte e a grande maioria dos fundos passa a ter um desempenho inferior ao do índice. No entanto, quando o desempenho é analisado sob a óptica de modelos multifatoriais de risco, é possível identificar geração de alfa positiva durante o período pré-crise e negativa (destruição de valor) durante o período de crash. Além disso, ao examinar os fluxos de investimento, pode-se perceber que não houve um fenômeno de “corrida” para realizar o resgate da cota. Na realidade, durante quase todo o período analisado, as captações excederam os resgates. Isso pode indicar que o investidor cotista de fundos está mais educado financeiramente e que agiu com mais cautela ao aguardar um momento menos turbulento. O artigo conclui que a indústria vinha de um bom desempenho no período pré-crise, que foi interrompido por um período de destruição de valor durante o momento de maior turbulência e que, por fim, durante o período de recuperação, o desempenho foi inferior ao do índice de mercado, mas sem geração ou destruição significativa de valor.
Referências
Akhtaruzzaman, M., Boubaker, S., & Sensoy, A. (2021). Financial contagion during COVID–19 crisis. Finance Research Letters. https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101604 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3584898
Alvarenga, D. (2020). Bovespa despenca quase 14% após 5° ’circuit breaker’ em 6 pregões. G1 Economia, Globo.Com. Retrieved from https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/16/bovespa.ghtml
Alqadhib, H., Kulendran, N. & Seelanatha, L. (2022). Impact of COVID-19 on mutual fund performance in Saudi Arabia. Cogent Economics & Finance. 10(1), 2056361. https://doi.org/10.1080/23322039.2022.2056361 DOI: https://doi.org/10.1080/23322039.2022.2056361
Anbima. (2021). Indústria de fundos registra captação líquida recorde no primeiro semestre de 2021. Retrieved from https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/relatorios/fundos-de-investimento/boletim-de-fundos-de-investimentos/industria-de-fundos-registra-captacao-liquida-recorde-no-primeiro-semestre-de-2021-8A2AB2B67A6CAA21017A81952126553E-00.htm
Borges, E. C., & Martelanc, R. (2015). Sorte ou habilidade: uma avaliação dos fundos de investimento no Brasil. Revista de Administração, 50(2), 196–207. https://doi.org/10.5700/rausp1194 DOI: https://doi.org/10.5700/rausp1194
Carhart, M. M. (1997). On Persistence in Mutual Fund Performance. The Journal of Finance, 52(1), 57–82. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1997.tb03808.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1997.tb03808.x
Castro, B. R., & Minardi, A. M. A. F. (2009). Comparacao do Desempenho dos Fundos de Acoes Ativos e Passivos. Revista Brasileira de Financas, 7(2), 1–13. DOI: https://doi.org/10.12660/rbfin.v7n2.2009.1310
Chen, H., Qian, W., & Wen, Q. (2021). The Impact of the COVID-19 Pandemic on Consumption: Learning from High-Frequency Transaction Data. AEA Papers and Proceedings. https://doi.org/10.1257/pandp.20211003 DOI: https://doi.org/10.1257/pandp.20211003
Chen, J., Hong, H., Huang, M., & Kubik, J. D. (2004). Does fund size erode mutual fund performance? The role of liquidity and organization. American Economic Review, 94(5), 1276–1302. https://doi.org/10.1257/0002828043052277 DOI: https://doi.org/10.1257/0002828043052277
CVM. Instrução CVM No 555, de 17 de dezembro de 2014, com as Alterações Introduzidas pelas Instruções CVM No 563/1, 564/15 E 572/15. Dispõe sobre a constituição, a administração, o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento. , (2014).
Döttling, R., & Kim, S. (2020). Sustainability Preferences Under Stress: Evidence from Mutual Fund Flows During COVID-19. SSRN Electronic Journal. https://doi.org/10.2139/ssrn.3656756 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3656756
Fahlenbrach, R., Rageth, K., & Stulz, R. M. (2021). How Valuable Is Financial Flexibility when Revenue Stops? Evidence from the COVID-19 Crisis. Review of Financial Studies. https://doi.org/10.1093/rfs/hhaa134 DOI: https://doi.org/10.3386/w27106
Falato, A., Goldstein, I., & Hortaçsu, A. (2021). Financial fragility in the COVID-19 crisis: The case of investment funds in corporate bond markets. Journal of Monetary Economics. https://doi.org/10.1016/j.jmoneco.2021.07.001 DOI: https://doi.org/10.3386/w27559
Fama, E. F., & French, K. R. (1993). Common risk factors in the returns on stocks and bonds. Journal of Financial Economics, 33(1), 3–56. https://doi.org/10.1016/0304-405X(93)90023-5 DOI: https://doi.org/10.1016/0304-405X(93)90023-5
Fama, E. F., & French, K. R. (2015). A five-factor asset pricing model. Journal of Financial Economics, 116(1), 1–22. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2014.10.010
Farboodi, M., Jarosch, G., & Shimer, R. (2021). Internal and external effects of social distancing in a pandemic. Journal of Economic Theory. https://doi.org/10.1016/j.jet.2021.105293 DOI: https://doi.org/10.3386/w27059
Ferreira, M. A., Keswani, A., Miguel, A. F., & Ramos, S. B. (2013). The Determinants of mutual fund performance: A cross-country study. Review of Finance, 17(2), 483–525. https://doi.org/10.1093/rof/rfs013 DOI: https://doi.org/10.1093/rof/rfs013
Gormsen, N. J., & Koijen, R. S. J. (2020). Coronavirus: Impact on stock prices and growth expectations. Review of Asset Pricing Studies. https://doi.org/10.1093/rapstu/raaa013 DOI: https://doi.org/10.3386/w27387
Greenstone, M., & Nigam, V. (2020). Does social distancing matter? University of Chicago, Becker Friedman Institute for Economics Working Paper, 2020–26. DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3561244
Harjoto, M. A., Rossi, F., Lee, R., & Sergi, B. S. (2021). How do equity markets react to COVID-19? Evidence from emerging and developed countries. Journal of Economics and Business. https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2020.105966 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2020.105966
Israelsen, C. L. (2005). A refinement to the Sharpe ratio and information ratio. Journal of Asset Management, 5(6), 423–427. https://doi.org/10.1057/palgrave.jam.2240158 DOI: https://doi.org/10.1057/palgrave.jam.2240158
Klapper, L., Sulla, V., & Vittas, D. (2004). The development of mutual funds around the world. Emerging Markets Review, 5(1), 1–38. https://doi.org/10.1016/j.ememar.2003.12.001 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ememar.2003.12.001
Khelifa, S. B., & Arsi, S. (2022). Islamic equity funds and stock market: dynamic relation and market timing during the COVID-19 outbreak. Journal of Economic and Administrative Sciences, (ahead-of-print). DOI: https://doi.org/10.1108/JEAS-08-2021-0173
Landier, A., & Thesmar, D. (2020). Earnings expectations during the COVID-19 crisis. Review of Asset Pricing Studies. https://doi.org/10.1093/rapstu/raaa016 DOI: https://doi.org/10.3386/w27160
Lintner, J. (1965). Security Prices, Risks, and Maximal Gains from Diversification. The Journal of Finance, 20(4), 587–615. https://doi.org/http://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1965.tb02930.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1965.tb02930.x
Maheen (2021): Impact of COVID-19 on the performance of emerging market mutual funds: evidence from India. Future Business Journal. DOI: https://doi.org/10.1186/s43093-021-00081-w
Malaquias, R., & Maestri, C. (2017). Effects of Manager Characteristics on Portfolio Composition of Multimarket Funds. Revista Universo Contábil, 13(2), 89–108. https://doi.org/10.4270/ruc.2017210 DOI: https://doi.org/10.4270/ruc.2017210
Markowitz, H. M. (1952). Portfolio selection. The Journal of Finance, 7(1), 77–91. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1952.tb01525.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1952.tb01525.x
Mazur, M., Dang, M., & Vega, M. (2020). COVID-19 and the March 2020 Stock Market Crash. Evidence from S&P1500. Finance Research Letters, (March), 101690. https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101690 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3586603
Milani, B., & Ceretta, P. S. (2013). Efeito tamanho nos fundos de investimento brasileiros. Revista de Administração Da UFSM, 6(1). https://doi.org/10.5902/198346593607 DOI: https://doi.org/10.5902/198346593607
Mirza, N., Hasnaoui, J. A., Naqvi, B., & Rizvi, S. K. A. (2020). The impact of human capital efficiency on Latin American mutual funds during Covid-19 outbreak. Swiss Journal of Economics and Statistics. https://doi.org/10.1186/s41937-020-00066-6 DOI: https://doi.org/10.1186/s41937-020-00066-6
Mirza, N., Naqvi, B., Rahat, B., & Rizvi, S. K. A. (2020). Price reaction, volatility timing and funds’ performance during Covid-19. Finance Research Letters. https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101657 DOI: https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101657
Mossin, J. (1966). Equilibrium in a Capital Asset Market. Econometrica, 34(4), 768–783. DOI: https://doi.org/10.2307/1910098
Nerasti, J. N., & Lucinda, C. R. (2016). Persistência de Desempenho em Fundos de Ações no Brasil. Brazilian Review of Finance, 14(2), 269–297. DOI: https://doi.org/10.12660/rbfin.v14n2.2016.57958
Pástor, Ł., & Vorsatz, M. B. (2020). Mutual fund performance and flows during the COVID-19 crisis. Review of Asset Pricing Studies. https://doi.org/10.1093/rapstu/raaa015 DOI: https://doi.org/10.3386/w27551
Paz, R. L., Iquiapaza, R. A., & Bressan, A. A. (2017). Influence of Investor’ Monitoring on Equity Mutual Funds’ Performance. Gestão, Finanças e Contabilidade, 7(2), 79. https://doi.org/10.18028/2238-5320/ rgfc.v7n2p79-101
Ramelli, S., & Wagner, A. F. (2020). Feverish stock price reactions to COVID-19. Review of Corporate Finance Studies. https://doi.org/10.1093/rcfs/cfaa012 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3550274
Roll, R. (1977). A critique of the asset pricing theory’s tests Part I: On past and potential testability of the theory. Journal of Financial Economics, 4, 129–176. https://doi.org/10.1016/0304-405X(77)90009-5 DOI: https://doi.org/10.1016/0304-405X(77)90009-5
Ross, S. A. (1976). The arbitrage theory of capital asset pricing. Journal of Economic Theory, 13, 341–360. https://doi.org/10.1016/0022-0531(76)90046-6 DOI: https://doi.org/10.1016/0022-0531(76)90046-6
Seven, Ü., & Yılmaz, F. (2021). World equity markets and COVID-19: Immediate response and recovery prospects. Research in International Business and Finance. https://doi.org/10.1016/j.ribaf.2020.101349 DOI: https://doi.org/10.1016/j.ribaf.2020.101349
Sharpe, W. F. (1964). Capital asset prices: A theroy of market equilibrium under conditions of risk. The Journal of Finance, 19(3), 425–442. https://doi.org/10.2307/2329297 DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1964.tb02865.x
Silva, S. E. D., Roma, C. M. D. S., & Iquiapaza, R. A. (2020). Portfolio turnover and performance of equity investment funds in Brazil. Revista Contabilidade & Finanças, 31(83), 332-347. https://doi.org/10.1590/1808-057x201909420 DOI: https://doi.org/10.1590/1808-057x201909420
Smales, L. A. (2021). Investor attention and global market returns during the COVID-19 crisis. International Review of Financial Analysis. https://doi.org/10.1016/j.irfa.2020.101616 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3623915
Varga, G., & Wengert, M. (2011). A indústria de fundos de investimentos no Brasil. Revista de Economia e Administração, 10(1), 66–109. https://doi.org/10.11132/rea.2010.361 DOI: https://doi.org/10.11132/rea.2010.361
Yarovaya, L., Mirza, N., Abaidi, J., & Hasnaoui, A. (2021). Human Capital efficiency and equity funds’ performance during the COVID-19 pandemic. International Review of Economics and Finance. https://doi.org/10.1016/j.iref.2020.09.017 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.3626151
Zhang, D., Hu, M., & Ji, Q. (2020). Financial markets under the global pandemic of COVID-19. Finance Research Letters. https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101528 DOI: https://doi.org/10.1016/j.frl.2020.101528
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Catarinense da Ciência Contábil
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista pertencem ao(s) respectivo(s) autor(es), com direitos de primeira publicação cedidos para a Revista Catarinense da Ciência Contábil - RCCC. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. O conteúdo dos artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
- O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
- É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.