Percepções docentes e às estratégias de ensino-aprendizagem durante o isolamento social motivado pelo COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-766220213133Palavras-chave:
Estratégias de ensino-aprendizagem, Covid-19, Ensino no isolamento socialResumo
O objetivo deste texto é identificar as principais estratégias do processo de ensino-aprendizagem, bem como as percepções dos docentes durante o período de isolamento social no contexto da pandemia gerada pela Covid-19. A amostra do estudo é composta por 52 docentes dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, atuantes em quatro instituições de ensino superior da região Sul do Brasil. O levantamento realizado por meio de questionário, compondo 32 questões, coletou a identificação dos respondentes; as percepções do processo de ensino e as estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas a partir da inserção das aulas de forma remota, como alternativa no período de isolamento social. Quanto ao tratamento dos dados, empregou-se a estatística descritiva e o teste estatístico de Mann-Whitney, a análise é de cunho quantitativo. Os resultados evidenciam que, para 96% dos pesquisados, as disciplinas ocorreram de forma remota; 92% indicam adaptações pedagógicas; e 76% responderam que a instituição ofereceu capacitações. As principais estratégias de ensino utilizadas no período de isolamento social são: aulas expositivas com apresentação de conteúdo em slides (98%); exercícios com resolução (90%); estudo de casos (69%); e pesquisas/leituras orientadas sobre o conteúdo (52%). A análise estatística evidencia que os docentes que utilizaram de problematização/casos de ensino, debates e uso de jogos, acreditam ter alcançado os objetivos de ensino-aprendizagem. Na percepção de 54% dos docentes, as aulas realizadas de forma remota não representam prejuízos no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes e atingiram os objetivos. De forma geral, os resultados demonstram adaptação das aulas presenciais ao formato remoto, bem como os achados sugerem a importância da inserção das tecnologias como estratégias de ensino, independentemente de o modelo ser ou não presencial.
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