Percepção do Rodízio de Auditoria sob o olhar dos Auditores Independentes

Autores

  • Mirella Conti Quevedo
  • Leonardo José Seixas Pinto Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.16930/2237-7662/rccc.v13n38p9-22

Palavras-chave:

Auditoria, Rodízio de auditoria, Percepção dos auditores independentes.

Resumo

O rodízio de auditoria no Brasil foi criado por iniciativa do Banco Central do Brasil (BACEN) em resposta a escândalos que ocorreram e que colocaram em risco a imagem das firmas de Auditoria. Posteriormente, o rodízio foi adotado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), englobando as sociedades anônimas de capital aberto, registradas na bolsa de valores. A rotatividade se tornou um assunto polêmico, à medida que influencia, de alguma forma, no relacionamento dos auditores com seus clientes, bem como em todo o mercado das empresas de auditoria, questionando-se, dessa forma, sua efetividade. Considerando tais fatos, o objetivo desta pesquisa foi verificar junto aos auditores independentes sua percepção sob o rodízio de auditoria, buscando compreender se são favoráveis ou não a esse procedimento. Dessa maneira, a pesquisa avaliou a percepção de 64 auditores independentes de 6 empresas de auditoria diferentes, por meio da abordagem survey, com perguntas abertas e fechadas. Constatou-se, principalmente, que: 58% dos auditores acreditam que o rodízio conseguiu inibir os escândalos contábeis; 56% acreditam que os custos envolvidos na rotatividade do rodízio superam os ganhos; 76% acreditam que o conhecimento acumulado gera vício de trabalho; 48% acreditam que os auditores se aproximam do cliente caso não haja o rodízio. Por outro lado, 64% afirmam que há perda de eficácia nos trabalhos de auditoria com a implementação do rodízio e que 74% das empresas auditadas não aderiram ao CAE, com o intuito de prolongar o prazo de 5 para 10 anos de uma mesma empresa de auditoria. Os achados desta pesquisa, quando comparados à opinião dos órgãos públicos de contabilidade em relação ao rodízio, revelam contradição. Enquanto 91% dos auditores pesquisados defendem o rodízio, seja por rotatividade da empresa ou por rotatividade do auditor independente, o CFC e o IBRACON não são favoráveis ao sistema. Por outro lado, a CVM estabelece o rodízio para as firmas de auditoria e o BACEN para os profissionais com cargos gerenciais.

Biografia do Autor

Mirella Conti Quevedo

Graduada em Contabilidade pela Universidade Federal Fluminense. Graduada em Administração de Empresas pela Unilasalle.

Leonardo José Seixas Pinto, Universidade Federal Fluminense

Professor de contabilidade da graduação e pós graduação da UFF. Mestre em Ciências Contábeis pela UERJ e doutorando em Contabilidade na UnB/UFRN e UFPB.

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Publicado

2014-04-30

Como Citar

Quevedo, M. C., & Pinto, L. J. S. (2014). Percepção do Rodízio de Auditoria sob o olhar dos Auditores Independentes. Revista Catarinense Da Ciência Contábil, 13(38), p. 09–22. https://doi.org/10.16930/2237-7662/rccc.v13n38p9-22

Edição

Seção

Artigos