Contribuição do hábito de leitura dos discentes do curso de Ciências Contábeis para o desenvolvimento de competências profissionais
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-766220192825Palavras-chave:
Funções da leitura, Compreensão da leitura, Competências do contador.Resumo
Este estudo objetivou identificar a contribuição do hábito de leitura dos estudantes de ciências contábeis para a sua formação profissional como contadores a partir da aplicação do teste de Cloze (Taylor, 1953) e da escala de funções de leitura (Greaney & Neuman, 1990). Assim, a pesquisa de caráter exploratório investiga, em uma instituição de ensino superior, se o hábito de leitura dos estudantes favorece a utilização de tal habilidade como instrumento para desenvolver competências profissionais do contador. A amostra é composta de 180 universitários do curso de Ciências Contábeis de uma instituição de ensino superior, obtida por acessibilidade. Na coleta de dados, foi aplicado questionário contendo a escala de funções da leitura, com as funções aprendizagem, utilidade, moralidade e estímulo, bem como um texto preparado segundo a técnica Cloze. As respostas foram consolidadas e analisadas à luz do que estabelece o Dicionário de Competência do Contador. A partir dos resultados da aplicação do teste de Cloze, verifica-se que os alunos apresentam dificuldades na compreensão textual. Em relação aos testes de função de leitura, os resultados demonstraram maior uso das funções aprendizagem e utilidade pelos universitários. Verificou-se que há ambiente propício para o desenvolvimento das competências do contador ligadas à aprendizagem e à utilidade por meio da leitura, porém as funções moralidade e estímulo precisam ser incentivadas de modo a superar as dificuldades de compreensão.Referências
Abdolmohammadi, M. J., Searfoss, D. G., & Shanteau, J. (2004). An investigation of the attributes of top industry audit specialists. Behavioral Research in Accounting, 16(1), 1-17. DOI: https://doi.org/10.2308/bria.2004.16.1.1
Alves, S. V. (2005). Trabalhando as inteligências múltiplas em sala de aula. Brasília: Plano.
American Institute of Certified Public Accountants. Core competency framework for entry into the accounting professions. New York: American Institute of Certified Public Accountants, 1999.
Arrigucci, D., Jr. (1994). Leitura: entre o fascínio e o pensamento. Série Idéias, (13), 19-24.
Beck, F., & Rausch, R. B. (2015). Fatores que influenciam o processo ensino-aprendizagem na percepção de discentes do curso de ciências contábeis. Contabilidade Vista & Revista,25(2), 38-58.
Bormuth, J. R. (1968). Cloze test readability: Criterion reference scores. Journal of educational measurement, 5(3), 189-196. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1745-3984.1968.tb00625.x
Bower, J. B. (1957). A Profession of Accounting-or of Accountancy? The Accounting Review, 32(2), 194.
Boyatzis, R. E., Stubbs, E. C., & Taylor, S. N. (2002). Learning cognitive and emotional intelligence competencies through graduate management education. Academy of Management Learning & Education, 1(2), 150-162. DOI: https://doi.org/10.5465/amle.2002.8509345
Brito, D. S. (2010). A importância da leitura na formação social do indivíduo. Periódico de Divulgação Científica da FALS, 4(8), 1-35.
Cardoso, J. L., de Souza, M. A., & Almeida, L. B. (2006). The accountant’s profile in the present: an exploratory study.BASE: Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos,3(3), 275-284.
Cardoso, R. L. (2006). Competências do contador: um estudo empírico. Tese de Doutorado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-03042007-100732/
Cardoso, R. L., & Riccio, E. L. (2010). Existem competências a serem priorizadas no desenvolvimento do contador? Um estudo sobre os contadores brasileiros. REGE Revista de Gestão, 17(3), 353-367. DOI: https://doi.org/10.5700/rege403
Centofanti, E. M., Ferreira, S. M., & Del Tedesco, T. (1997). Compreensão da leitura por universitários de psicologia. In G. P. Witter (Org.). Leitura e universidade (pp. 33-60). Campinas: Alínea.
Chaguri, A., Barbosa, B. A., Arouca, E. A., & Wuo, M. (1997). Compreensão de leitura: estudo comparativo entre universitários. Psicologia leitura & universidade, 61-76.
Conselho Federal de Contabilidade (1996). Resolução CFC nº. 803, de 10 de outubro de 1996. Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC. Brasília: Autor. Recuperado de: http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1996/000803
Correia, M. S. B. B. (2003). Probabilidade e estatística (2a ed.). Belo Horizonte: PUC Minas Virtual.
Cunha, N. B., & Santos, A. A. A. dos (2006). Relação entre a compreensão da leitura e a produção escrita em universitários. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19(2), 237-245. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-79722006000200009
Fleury, M. T. L., & Fleury, A. (2001). Construindo o conceito de competência. Revista de Administração Contemporânea, 5(Edição Especial), 183-196. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552001000500010
Francis, M. C., Mulder, T. C., & Stark, J. S. (1995). Intentional learning: a process for learning to learn in the accounting curriculum. Sarasota, FL: Accounting Education, Change Comission and American Accounting Association, 1995. Accounting Education Series, 12.
Freire, P. (2017). A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez.
Freitag, R. M. K., Sarmento, V. H. V., Costa, C. C., & Santos, K. L. (2015). Teste cloze e a competência em leitura de universitários: uma experiência no curso química/licenciatura da UFS/Itabaiana. InterSciencePlace, 1(30), 1-13. DOI: https://doi.org/10.6020/1679-9844/3001
Gil, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa (5a ed.). São Paulo: Atlas.
Gil, A. C. (2012). Métodos e técnicas de pesquisa social (6a ed.) São Paulo: Atlas.
Greaney, V., & Neuman, S. B. (1990). The functions of reading: a cross-cultural perspective. Reading Research Quarterly, 25(3), 172-195. DOI: https://doi.org/10.2307/748001
Hardern, G. (1995). The development of standards of competence in accounting. Accounting Education, 4(1), 17-27. DOI: https://doi.org/10.1080/09639289500000003
Henning, D. A., & Moseley, R. L. (1970). Authority role of a functional manager: the controller. Administrative science quarterly, 482-489. DOI: https://doi.org/10.2307/2391342
Henry, L. J. (1995). Persistence leads to accounting performance: How to spot a persistent potential employee. Arkansas Business and Economic Review, 28(3), 1-6.
International Federation of Accountants’ Education Committee. Towards competent professional accountants. New York: IFAC, 2003.
Kester, R (1928). The importance of the controller. The Accounting Review, 3(3), 237-251.
Martins, G. D. A., & Theóphilo, C. R. (2009). Metodologia da pesquisa científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas.
Masetto, M. T. (2003). Competência pedagógica do professor universitário (Cap. 2, pp. 19-33). São Paulo: Summus.
McClelland, D. C. (1973). Testing for competence rather than for “intelligence”. American psychologist, 28(1), 1-14. DOI: https://doi.org/10.1037/h0034092
Mohamed, E. K., & Lashine, S. H. (2003). Accounting knowledge and skills and the challenges of a global business environment. Managerial finance, 29(7), 3-16. DOI: https://doi.org/10.1108/03074350310768319
Morgan, G. J. (1997). Communication skills required by accounting graduates: practitioner and academic perceptions. Accounting Education, 6(2), 93-107. DOI: https://doi.org/10.1080/096392897331514
Needles, B. E., Jr, Cascini, K., Krylova, T., & Moustafa, M. (2001). Strategy for Implementation of IFAC International Education Guideline No. 9: “Prequalification Education, Tests of Professional Competence and Practical Experience of Professional Accountants”: A Task Force Report of the International Association for Accounting Education and Research (IAAER). Journal of International Financial Management & Accounting, 12(3), 317-353. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-646X.00076
Oliveira, M. H. M. A. D. (1996). Funções da leitura para estudantes de graduação. Psicologia Escolar e Educacional, 1(1), 61-68. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-85571996000100009
Oliveira, R. Á. M. D., & Oliveira, K. L. D. (2007). Leitura e condições de estudo em universitários ingressantes. Psic: revista da Vetor Editora, 8(1), 51-59.
Pinto, C. J. A., Alvarenga, M. A. P., & Kock, R. A. A. (1997). Hábito de leitura e compreensão de texto entre universitários. In G. P. Witter (Org.). Psicologia: leitura e universidade (pp. 33-60). Campinas: Alínea.
Pires, E. D. N. (2012). A importância do hábito da leitura na universidade. Revista ABC: Biblioteconomia em Santa Catarina, 17(2), 365-381.
Ramirez, P. (2003). Uma estratégia para melhoria da formação de competências para o profissional de nível técnico na área de gestão. Dissertação de Mestrado, Centro Universitário Nove de Julho, São Paulo, SP, Brasil.
Raupp, F. M., & Beuren, I. M. (2006). Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências. In I. M. Beuren (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática (Cap. 3, pp. 76-97). São Paulo: Atlas.
Ribeiro, J. U. (2011). Um brasileiro em Berlim. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Richardson, R. J. (2012). Pesquisa social: métodos e técnicas (3a ed.). São Paulo: Atlas.
Santos, A. A. A., Primi, R., de O. S., Taxa, F., & Vendramini, C. M. (2002). O teste de Cloze na avaliação da compreensão em leitura. Psicologia: reflexão e crítica, 15(3), 549-560. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-79722002000300009
Santos, A. A., Suehiro, A. C., & Oliveira, K. L. D. (2004). Habilidades em compreensão da leitura: um estudo com alunos de psicologia. Estudos de Psicologia, 21(2), 29-41. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-166X2004000200003
Siegel, G., & Sorensen, J. E. (1999). Counting more, counting less. Transformations in the management accounting profession. Institute of Management Accountants.
Silva, E. T. da (1992). O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da literatura. São Paulo: Cortez.
Spencer, L. M., & Spencer, S. M. (1993). Competence at Work. New York: Johwn Wiley & Sons.
Taylor, W. L. (1953). “Cloze procedure”: a new tool for measuring readability. Journalism Bulletin, 30(4), 415-433. DOI: https://doi.org/10.1177/107769905303000401
Tourinho, C. (2012). Refletindo sobre a dificuldade de leitura em alunos do ensino superior: “deficiência” ou simples falta de hábito? Revista Lugares de Educação, 1(2), 325-346. DOI: https://doi.org/10.18788/2237-1451/rle.v1n2p325-346
Valentim, M. L. P. (2008). Criatividade e inovação na atuação profissional. CRB-8 Digital, 1(1), 3-9.
Witter, G. P. (1996). Avaliação da produção científica sobre leitura na universidade (1989/1994). Psicologia Escolar e Educacional, 1(1), 31-37. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-85571996000100005
Witter, G. P. (1997). Leitura e universidade. In G. P. Witter (org.). Psicologia: leitura e universidade (pp. 9-18). Campinas: Alínea.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista pertencem ao(s) respectivo(s) autor(es), com direitos de primeira publicação cedidos para a Revista Catarinense da Ciência Contábil - RCCC. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. O conteúdo dos artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
- O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
- É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.