Persistência das sobras e estágios do ciclo de vida em cooperativas de crédito
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-766220253647Palavras-chave:
Ciclo de Vida, Cooperativas de Crédito, Persistência das SobrasResumo
O objetivo do estudo é examinar a persistência das sobras nos diferentes estágios do ciclo de vida de cooperativas de crédito. A amostra compreende 622 cooperativas de crédito singulares brasileiras, no período entre 2017 e 2022. As cooperativas foram agrupadas em clusters de estágio de vida, com base no crescimento da receita, da despesa de pessoal e da participação no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, conforme modelo de Vasylieva e Chmutova (2015) e Maia (2022). A persistência das sobras foi medida pelo modelo de Dechow e Schrand (2004). Os resultados indicam um setor em transformação, com redução das cooperativas classificadas no estágio em Declínio e aumento nas fases de Crescimento e Maturidade. As cooperativas em estágios iniciais tendem a ter maiores taxas de crescimento em receita e despesas com pessoal, em contrapartida, as cooperativas em Maturidade e Declínio apresentam taxas menores, o que pode refletir a estabilização. A persistência das sobras é diferente entre os estágios de ciclo de vida das cooperativas e as sobras são mais persistentes nas cooperativas em estágio de Maturidade e Declínio. A originalidade e relevância do estudo se aplicam ao investigar a persistência das sobras em cooperativas de crédito brasileiras, considerando o papel dessas entidades no sistema financeiro e o impacto das mudanças no setor bancário. Este estudo contribui para a literatura sobre a persistência das sobras ao incorporar a influência dos ciclos de vidas nas cooperativas de crédito. Do ponto de vista prático e social, a pesquisa oferece subsídios para que as cooperativas de crédito desenvolvam estratégias financeiras alinhadas à sua realidade, fortalecendo sua sustentabilidade em um ambiente bancário altamente competitivo.
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