Relação da rentabilidade e o disclosure de provisões e passivos contingentes ambientais das empresas de alto potencial poluidor listadas na B3
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-7662/rccc.v17n52.2689Palavras-chave:
Disclosure, Provisões e Passivos Contingentes Ambientais, Alto Potencial Poluidor, Rentabilidade.Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar a relação entre a rentabilidade e o disclosure de provisões e passivos contingentes ambientais das empresas de alto potencial poluidor listadas na B3. A amostra da pesquisa é formada por 38 empresas de ações negociadas na B3, as quais compõem o grupo de alto impacto poluidor, conforme a Lei nº 10.165/2000, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. Para consecução do objetivo desta pesquisa, utilizou-se a análise de conteúdo para examinar disclosure de provisões e passivos contingentes ambientais pelas empresas, no período de 2011 a 2016, bem como aplicou-se a regressão múltipla de efeito fixo. O resultado apresentou significância estatística entre a variável independente Rentabilidade (RENT) e o disclosure, porém, com um coeficiente negativo, ou seja, as empresas mais rentáveis não são necessariamente aquelas que mais divulgam informações sobre provisões e passivos contingentes ambientais. Tal resultado contraria o argumento de que as empresas mais rentáveis tendem a divulgar mais informações do que aquelas menos rentáveis, justamente para se diferenciar delas. No tocante às demais variáveis, Valor de Mercado e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) foram significantes e negativas; Endividamento mostrou-se positiva; Tamanho não apresentou significância; e, por fim, a Governança Corporativa foi omitida do modelo econométrico por se tratar de dummies fixas ao longo do painel.Referências
Akerlof, G. (1970). The market for lemons: quality, uncertainty and market mechanism. Quarterly Journal of Economic, 84(3), 488-500. DOI: https://doi.org/10.2307/1879431
Angonese, R., Sanches, J. R., & Bezerra, F. A. (2014). Determinantes da divulgação de informações voluntárias por meio da internet. ConTexto, 14(26), 19-31.
Austin, D., Alberini, A., & Videras, J. (1999). Is There a Link Between a Firm’s Environmental and Financial Performance?. Paper presented at NBER Summer Institute Public Economics Workshop: Public Policy and the Environment, Cambridge.
Baldoino, E. & Borba, J. A. (2015). Passivos contingentes na bolsa de valores de Nova York: uma análise comparativa entre as empresas estrangeiras. Revista de Contabilidade e Organizações, 9(23), 58-81. DOI: https://doi.org/10.11606/rco.v9i23.68395
Beuren, I.M. & Raupp, F. M.(2006). Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In I. M. Beuren & F. M. Raupp (Orgs.) Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas.
Bewley, K. A. (1998). The economic consequences of financial reporting standards: the market valuation of environmental liabilities. Tese de Doutorado em Contabilidade, University of Waterloo, National Library of Canadá, Waterloo, Ontário, Canadá.
Bomfim, E. T., Teixeira, W. S, & Monte, P. A. (2015). Relação entre o Disclosure da Sustentabilidade com a Governança Corporativa: Um Estudo nas Empresas Listadas no Ibrx-100. Revista Sociedade, Contabilidade e Gestão, 1(1), 6-28. DOI: https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v10i1.13341
Lei n. 10.165, de 27 de dezembro de 2000. Altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Recuperado de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10165.htm.
Bushman, R. M. & Smith, A. J. (2001). Financial accounting information and corporate governance. Journal of Accounting and Economics, 32(1), 237-333. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00027-1
Caetano, T. P., Silva, T. B., Biesdorf, S., & Leal, E. A. (2010). Evidenciação do Passivo Contingencial nas Demonstrações Contábeis: Um estudo nas Empresas de Papel e Celulose. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, SP, Brasil, 10.
Cohen, M. A., Fenn, S. A., & Konar, S. (1997). Environmental and Financial Performance: are they related?. Discussion Paper, Vanderbilt University.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) (2009). CPC 25: Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes. Recuperado de http://www.cpc.org.br/CPC/DocumentosEmitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56
Cunha, J. V. A, & Ribeiro, M. S. (2008). Divulgação voluntária de informações de natureza social: um estudo nas empresas brasileiras. Revista de Administração – Eletrônica, 1(6), 1-23.
Dantas, J. A., Zendersky, H. C., Santos, S. C., & Niyama, J. K. (2005). A dualidade entre os benefícios do disclosure e a relutância das organizações em aumentar o grau de evidenciação. Economia & Gestão, 5(11), 56-76.
Driscoll, J. C., & Kraay, A. C. (1998). Consistent Covariance Matrix Estimation with Spatially Dependent Panel Data. Review of Economics and Statistics, 80(4), 549-560. DOI: https://doi.org/10.1162/003465398557825
Durand, D. (1959). The cost of capital, corporation finance, and the theory of investment: comment. The American Economic Review, 49(4), 639-655.
Dye, R. A. (2001). An evaluation of essays on disclosure and the disclosure literature in accounting. Journal of Accounting and Economics, 32(1-3), 181-235. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00024-6
Fernandes, S. M. (2013). Fatores que Influenciam o Disclosure Ambiental: Um Estudo nas Empresas Brasileiras no Período de 2006 a 2010. Revista Ambiente Contábil, 5(2), 250-267.
Fonteles, I. V., Nascimento, C. P. S., Ponte, V. M. R., & Rebouças, S. M. D. P. (2012). Determinantes da Evidenciação de Provisões e Contingências por Companhias listadas na BM&FBOVESPA. Revista Gestão Organizacional, 6(4), 85-98.
Garcia, A. S., & Orsato, R. J. (2013). Índices de sustentabilidade empresarial: Porque participar? Anais do Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 37.
Gray, S. J., Meek, G. K., & R. C. B. (1995). International Capital Market Pressures and Voluntary Annual Report Disclosures by U.S. and U.K. Multinationals. Journal of International Financial Management and Accounting, 6(1), 43-68. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-646X.1995.tb00049.x
Gottsman, L. & Kessler, J. (1998). Smart Screened Investments: environmentally-screened equity funds that perform like conventional funds. Journal of Investing, 7(3), 15-24. DOI: https://doi.org/10.3905/joi.1998.408467
Iatridis, G. E. (2013). Environmental disclosure quality: Evidence on environmental performance, corporate governance and value relevance. Emerging Markets Review, 14, 55-75. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ememar.2012.11.003
Kennedy, J., Mitchell, T., & Sefcik, S. E. (1998). Disclosure of contingent environmental liabilities: some unintended consequences? Journal of Accounting Research, 36(2), 257-277. DOI: https://doi.org/10.2307/2491477
Kolk, A., Levy, D., & Pinkse, J. (2008). Corporate responses in an emerging climate regime: The institutionalization and commensuration of carbon disclosure. European Accounting Review, 17(4), 719-745. DOI: https://doi.org/10.1080/09638180802489121
Lang, M. & Lundholm, R. (1993). Cross-sectional Determinants of Analyst Ratings of Corporate Disclosures. Journal of Accounting Research, 31(2), 246-247. DOI: https://doi.org/10.2307/2491273
Leal, P. H., Costa, B. M. N., Oliveira, M. C., & Rebouças, S. M. D. P. (2015). Divulgação de Provisões e Passivos Contingentes Ambientais Sob a Ótica da Teoria Institucional. Anais do Congresso da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Curitiba, PR, Brasil, 9.
Leal, R. P. C. & Silva, A. L. C. (2005). Corporate Governance, Value and Dividend Payout in Brazil and Chile. Recuperado de http://www.istfin.eco.usi.ch/r_leal.pdf.
Lu, Y. & Abeysekera, I. (2014). Stakeholders’ Power, Corporate Characteristics, and Social and Environmental Disclosure: Evidence from China. Journal of Cleaner Production, 64, 426-436. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2013.10.005
Martins, E., Gelbcke, E. R., Santos, A., & Iudícibus, S. (2013). Manual de contabilidade societária: aplicada a todas as sociedades – De acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas.
Missio, Fabricio. J. (2012). Câmbio Real e Crescimento: Novas Evidências Empíricas. Anais do Encontro Internacional da Associação Keynesiana Brasileira Keynesiana, São Paulo, SP, Brasil, 5.
Murcia, F. D. & Santos, A. (2009). Fatores determinantes do nível de disclosure voluntário das companhias abertas no Brasil. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 3(2), 72-95. DOI: https://doi.org/10.17524/repec.v3i2.68
Nossa, V. (2002). Disclosure ambiental: uma análise do conteúdo dos relatórios ambientais de empresas do setor de papel e celulose em nível internacional. Tese de Doutorado em Ciências Contábeis, Universidade de São Paulo, SP, Brasil.
Oliveira, A. F., Benetti, J. E., & Varela, P. S. (2011). Disclosure das Provisões e Dos Passivos e Ativos Contingentes: Um Estudo em Empresas Listadas na BM&FBOVESPA. Anais do Congresso da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Vitória, ES, Brasil, 5.
Pereira, A. G., Bruni, A. L., & Dias, J. M., Filho (2010). Legitimidade Corporativa em Empresas Pertencentes a Indústrias Ambientalmente Sensíveis: Um Estudo Empírico com Empresas que Negociam Ações na Bovespa. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 5(2), 69-86. DOI: https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v5i2.13203
Porter, M. E. (1991). America’s Green Strategy. Scientific American, 264(4), 96. DOI: https://doi.org/10.1038/scientificamerican0491-168
Porter, M. E. & Van Der Linde, C. (1995). Toward a new conception of the environment competitiveness relationship. Jornal of Economic Perspectives, 9(4), 97-118. DOI: https://doi.org/10.1257/jep.9.4.97
Roque, V. & Cortez, M. C. (2006). A divulgação de informação ambiental e a performance das empresas financeiras cotadas em Portugal. Revista de Estudos Politécnicos, 3(5-6), 119-143.
Rufino, M. A. & Machado, M. R. (2015). Fatores Determinantes da Divulgação de Informações Voluntária Social: Evidências Empíricas no Brasil. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade – REPEC, 9(4), 380-396. DOI: https://doi.org/10.17524/repec.v9i4.1300
Rufino, M. A. & Monte, P. A. (2014). Fatores que Explicam a Divulgação Voluntária das 100 Empresas com Ações Mais Negociadas na BM&FBOVESPA. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 9(3), 59-75. DOI: https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v9i3.13332
Santos, L. M. S. (2016). Fatores explicativos da evidenciação de informações ambientais das empresas potencialmente poluidoras listadas na BM&FBovespa. Dissertação de Mestrado em Ciências Contábeis, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
Santos, L. M. S., Araújo, R. A. M., & Leite, P. A. M., Filho (2016). Divulgação voluntária e o valor de mercado: um estudo nas empresas brasileiras de construção civil listadas na BM&FBovespa. Anais do Congresso Anpcont, Ribeirão Preto, SP, Brasil, 10.
Santos, L. M. S., Lucena, W. G. L., & Duarte, F. C. L. (2015). Disclosure Voluntário de Informações Sociais: Um Estudo com as Empresas da Construção Civil Listadas na BM&FBOVESPA. Anais do Congresso Brasileiro de Custos, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 12.
Silva, M. N., Alexandre, J., Freitas, M. A. L., & Silva, L. L. S., Filho (2014). Determinantes do Disclosure Ambiental nos Relatórios de Empresas Listadas na BM&FBOVESPA. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, SP, Brasil, 14.
Sousa, C. B., Silva, A. F., Ribeiro, M. S., & Weffort, E. F. J. (2014). Valor de mercado e disclosure voluntário: estudo empírico em companhias listadas na BM&FBOVESPA. Revista Ambiente Contábil, 6(2), 94-115.
Souza, M. A., Rásia, K. A., & Jacques, F. V. (2010). Evidenciação de informações ambientais pelas empresas integrantes do índice de sustentabilidade empresarial – ISE. Rev. Cont. e Controladoria, 2(1), 75-139.
Stanwick, P. A. & Stanwick, S. D. (1998). The Relationship Between Corporate Social Performance and Size, Financial and Environmental Performance. Journal of Business Ethics, 17(2), 195-204. DOI: https://doi.org/10.1023/A:1005784421547
Stulz, R. M. (1990). Managerial Discretion and Optimal Financing Policies. Journal of Financial Economics, 26, 3-27, 1990. DOI: https://doi.org/10.1016/0304-405X(90)90011-N
Suave, R, Codesso, M. M., Pinto, H. M., Vicente, E. F. R., & Lunkes, R. J. (2013). Divulgação de Passivos Contingentes nas empresas mais líquidas da BM&FBovespa. Revista da UNIFEBE, 1(11), 1-17.
Uyar, A. & Kiliç, M. (2012). Value relevance of voluntary disclosure: evidence from Turkish firms. Journal of Intellectual Capital, 13(3), 363-376. DOI: https://doi.org/10.1108/14691931211248918
Verrecchia, R. (2001). Essays on disclosure. Journal of Accounting and Economics, 32, 97-180. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00025-8
Vieira, C. A. M., Arruda, M. P., & Lima, R. J. V. S. (2014). Custos ambientais de acordo com o potencial impacto poluidor listado pela lei nº 10.165/2000: empresas potencialmente mais poluidoras têm mais gastos relacionados ao meio ambiente? Anais do Congresso Brasileiro de Custos, Natal, RN
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista pertencem ao(s) respectivo(s) autor(es), com direitos de primeira publicação cedidos para a Revista Catarinense da Ciência Contábil - RCCC. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com obrigatoriedade de reconhecimento da autoria original e da publicação inicial nesta revista. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. O conteúdo dos artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores.
- O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
- O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
- A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
- É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.