Janelas de oportunidade para IPOS
um estudo das empresas de tecnologia brasileiras na pandemia
DOI:
https://doi.org/10.16930/2237-766220243508Palavras-chave:
Teoria do Equity Market Timing, Estrutura de Capital, Pandemia da Covid-19Resumo
Este estudo investiga se as empresas do setor de tecnologia no Brasil utilizaram a abertura de capital (IPO) de maneira oportunista como fonte de financiamento durante a pandemia da Covid-19. Com uma abordagem quantitativa, foram analisadas informações contábeis de 16 empresas, incluindo as 12 que realizam IPO no setor de tecnologia, com base em dados da plataforma Economatica, abrangendo o período de 2017 a 2022. Os resultados descritivos mostraram que, durante os períodos de mercado "quente", as empresas apresentaram menor alavancagem financeira e maiores índices Market-to-Book e de Tamanho, enquanto nos períodos de mercado "frio", as empresas exibiram maior alavancagem financeira e menores índices Market-to-Book e de Tamanho. Na análise de regressão da alavancagem financeira, as únicas variáveis que apresentaram significância estatística foram a Lucratividade e a Tangibilidade. A ausência de significância nas demais variáveis ressalta a complexidade de identificar determinantes consistentes para o crescimento e a alavancagem financeira no contexto brasileiro, conforme observado em estudos anteriores de Mendes e Kayo (2004) e Steffen e Zanini (2014). A análise de regressão sobre o crescimento indicou que o período (quente/frio), o Market-to-book e a Tangibilidade foram estatisticamente significativos, sugerindo que essas variáveis exercem influência sobre o crescimento das empresas analisadas. Os resultados sugerem que a Teoria do Equity Market Timing não se aplica de forma clara ao contexto brasileiro no setor de tecnologia, tanto antes quanto durante a pandemia. Mudanças externas influenciam o financiamento das empresas, indicando a necessidade de considerar variáveis adicionais em futuras pesquisas.
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